Projeto Jaraqui denuncia “puxadinho” do lixão do Km 19 em Manaus

Coordenador do Projeto Jaraqui e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos afirmou que a população não pode aceitar que o problema do lixo seja empurrado para debaixo do tapete em ano pré-eleitoral.

Projeto Jaraqui denuncia “puxadinho” do lixão do Km 19 em Manaus

O Projeto Jaraqui levou o debate sobre a ampliação do lixão em Manaus para a Tribuna do Povo na manhã de sábado (25), na Praça da Polícia, no Centro. O ato público teve foco nas denúncias sobre a expansão do lixão do Km 19 da BR-174, apresentada pela Prefeitura como um “novo aterro sanitário”, mas que, segundo especialistas e movimentos sociais, seria apenas uma ampliação ilegal da estrutura já existente — o chamado “puxadinho do Km 19”.

Coordenador do Projeto Jaraqui e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos afirmou que a população não pode aceitar que o problema do lixo seja empurrado para debaixo do tapete em ano pré-eleitoral. “O prefeito está vendendo um novo aterro moderno, sustentável… Mas o que estão fazendo é expandir o mesmo lixão que já está saturado. É maquiagem verde, é puxadinho, é mentira com nome bonito”, denunciou, chamando a atenção para o anúncio de R$ 100 milhões em investimentos privados no aterro, sem licitação e sem processo público transparente.

“Isso é cortina de fumaça para dizer que Manaus está moderna e sustentável. Mas nada está formalizado. É discurso vazio, é expediente eleitoreiro”, complementou.

O documento analisado por especialistas aponta que o lixão atual já se encontra saturado, com risco de colapso, além de gerar perigo concreto à aviação por atrair aves para a Área de Segurança Aeroportuária (ASA) do Aeroporto Eduardo Gomes. Para Ronaldo Barroso da Costa, morador da área do Viver Melhor, próximo ao lixão, a comunidade está engajada para cobrar da prefeitura um novo local para o aterro.

“Sempre nós enfrentamos muitos urubus, muita mosca, uma situação deplorável mesmo. Por isso vamos somar com o projeto Jaraqui”, assegurou.

O vereador José Ricardo Wendling participou do ato e fez duras críticas à falta de transparência no processo. “Temos que continuar questionando a política municipal e eu gostei do termo “puxadinho”. É isso mesmo, é um puxadinho. Tem a imagem mostrando o prefeito lá e batizou de primeiro Aterro Sanitário de Manaus, ainda arrumou o título, pomposo e mentiroso. Mas aí depois, quando a gente foi perguntar para saber mais detalhes, é do lado, é no mesmo lugar, onde é hoje o lixão, aquela monstruosidade. Não é realmente uma coisa nova”, destacou José Ricardo.

Outro vereador presente ao ato, Rodrigo Guedes chamou de atrocidade ambiental o que a prefeitura está fazendo com a população daquela área. “Ele apresentou um suposto aterro que ninguém tem informações nenhuma, que aqui como está sendo carinhosamente batizado de puxadinho do lixão. Ninguém ouviu falar, ninguém viu projeto básico, projeto técnico, licença ambiental. É um projeto que não tem licença ambiental do Ipaam, deixando claro”, ressaltou Rodrigo.

“Na segunda-feira (hoje, 27), eu estarei cobrando que a prefeitura apresente a licença desse novo lixão aí, desse novo aterro que ele diz, porque, puxadinho é o nome correto”, completou o vereador.

Movimento histórico
O Projeto Jaraqui acontece desde 2012 na Praça da Polícia e é reconhecido nacionalmente como espaço livre de debate público, onde temas ambientais, urbanos e políticos de grande impacto para Manaus são apresentados à população.