Paredão de Wilson não impede Manaus ser uma das capitais mais perigosas do país
Apesar de ter apresentado uma redução na taxa de homicídio estimada em 2023, o estado do Amazonas encerrou o ano com a segunda maior taxa de homicídio estimada na Região Norte, atingindo 37,3 por 100 mil habitantes.
Manaus, capital do Amazonas, registrou o 4º maior número absoluto de homicídios estimados no Brasil em 2023, totalizando 984 mortes e acumulando 11,26% do total de homicídios estimados no país. A taxa de homicídio estimada na capital foi de 43,6 por 100 mil habitantes. A capital amazonense ficou atrás de Macapá, Salvador e Maceió.
O ranking foi divulgado no Atlas da Violência 2025 – Retrato dos municípios brasileiros e dinâmica regional do crime organizado, na sexta-feira (7). O levantamento foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Apesar de ter apresentado uma redução na taxa de homicídio estimada em 2023, o estado do Amazonas encerrou o ano com a segunda maior taxa de homicídio estimada na Região Norte, atingindo 37,3 por 100 mil habitantes.
Expansão das facções
A violência no Amazonas, segundo o Atlas, é intrinsecamente ligada à sua posição estratégica, caracterizada pela vasta rede fluvial e posição fronteiriça com Colômbia, Peru e Venezuela, o que transformou o estado no corredor mais valioso para o tráfico de drogas no Brasil. A dinâmica criminal, conforme o estudo, é impulsionada pela atuação do Comando Vermelho (CV) e do PCC, que disputam território com facções locais, incluindo a Mercado do Povo Atitude (MPA), o Cartel do Norte (CDN) e os Revolucionários do Amazonas (RDA).
“No Amazonas e no Amapá, as guerras entre CV, PCC e organizações regionais, como a Família Terror do Amapá e o Cartel do Norte, têm provocado escaladas de violência em cidades médias e portuárias estratégicas”, aponta o Atlas.

