Novo deslizamento acende alerta para 'puxadinho' no lixão em Manaus
Um novo deslizamento de 3 mil toneladas de resíduos registrado nesta quarta-feira (12.11) no lixão da cidade de Padre Bernardo, no entorno do Distrito Federal, acendeu novamente um alerta para Manaus. O fato ocorreu na mesma área da cidade goiana onde houve um deslocamento de cerca de 40 mil toneladas de resíduos em 18 de junho deste ano.
Na ocasião, a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) fez um alerta: há pelo menos três lixões em capitais brasileiras que podem causar desastres ambientais. São eles Goiânia (GO), Manaus (AM) e Teresina (PI). A entidade afirmou que é urgente que essas cidades transfiram o recebimento de resíduos sólidos para aterros sanitários.
No entanto, parece que essa informação não está sendo levada em consideração na capital amazonense. O que se vê é a prefeitura de Manaus anunciando a criação de um novo aterro sanitário, enquanto que a população e lideranças locais afirmam ter sido pegas de surpresa com a novidade e asseguram que a obra nada mais é do que um "puxadinho" do atual lixão da cidade.
Uma das lideranças locais que está atenta ao assunto é Ademir Ramos, coordenador do projeto Jaraqui e professor da Universidade Federal do Amazonas. Voz ativa na defesa da construção de um aterro sanitário de Manaus, ele afirma que a prefeitura quer passar a imagem de gestão sanitária correta para a COP-30 – onde o prefeito esteve esta semana apresentando diversas iniciativas relacionadas ao meio ambiente, entre elas o "novo" aterro sanitário - e obter financiamentos internacionais do Banco Mundial.
Segundo ele, na verdade o prefeito está anunciando um projeto que é uma maquiagem ambiental: "O que há é um território contaminado, uma população exposta e uma tentativa de burlar a legislação ambiental em plena COP-30, enquanto se busca atrair créditos de carbono e financiamento internacional sobre um passivo tóxico", diz.